Comecei a escrever esse texto e até tinha como intenção ser um quê de esperança no rumo que a minha vida está tomando. Porém, não pretendia comentar nada inteiramente em primeira pessoa ou relatando experiências (quase) específicas. Mas aqui estamos com uma mudança de ideia e agora que isso foi esclarecido, prosseguimos.
Hoje foi um dia em que a loucura falou mais alto por boa parte do dia. A paranoia é algo interessante, pois não importa o quanto você lide com ela, em algum momento de distração ela vai lá e PA tarde demais, já tomou conta. "vai lá e PA" não é exatamente a melhor explicação do mundo, uma outra maneira de se colocar seria explicando como funciona a ansiedade. Até parece algo simples de fazer porque depois de um tempo todo o processo desde o ponto onde a ansiedade em questão começou a se manifestar até o ataque de pânico genuíno se torna muito bem conhecido. Mas a mera tentativa de explicar o que acontece já gera uma nova crise. Então, um pedido de perdão pela escrita aqui, mas manterei o uso de "vai lá e PA".
Uma pergunta para continuar o raciocínio: "mas por que logo hoje foi uma loucura, hein, Diana?". Bom, ao longo da vida passamos por inúmeras mágoas e cometemos alguns (ou muitos) erros. E é esperado que se aprenda com os erros, a superação ocorre justamente quando você para e percebe "ah, beleza, foi isso aqui, próxima vez já sei". Mas então chega essa tal de próxima vez e a situação se repete e o cérebro vai lá e PA. Considero como uma desilusão, de certa forma. No sentido de acreditar plenamente em algo que acabou não sendo verdade. Quando isso acontece, não sei se rio ou se choro. Em todo caso acabo fazendo os dois. Tragicômico esse negócio todo.
Nos últimos anos da minha vida tenho lidado com pessoas que acredito convictamente ter uma relação recíproca. No entanto, cada um desses relacionamentos, seja pura amizade ou romance, se mostra em um fim onde eu recebo a desilusão de que nunca foi recíproco. De que, na verdade, todo o carinho e atenção que eu pensava estar partilhando nunca foi percebido. Acontece uma vez, a gente supera. Acontece duas, a paranoia manda uns sussurros ocasionais. Acontece uma terceira e a paranoia toma conta. Todas as relações já tidas e sendo vividas atualmente começam a passar por uma análise extremamente minuciosa procurando por evidências de onde a pessoa poderia chegar na mesma conclusão que as outras. Não sei vocês, mas vejo isso como algo nem um pouco saudável.
Tudo ao redor começa a ser sugado nesse buraco negro (gosto de usar diversas metáforas em meus textos, apesar de nunca explicá-las, mas aqui faço questão de dizer que sim, estou usando "buraco negro" como metáfora para "paranoia") e então a gente começa a pensar "o que estou fazendo errado? onde posso mudar? como vou fazer isso? será que peço desculpas por tal coisa? será que preciso fazer isso? será que deveria fazer aquilo?". Tantas questões borbulhando e tantas relações sendo analisadas acabam levando à famosa tela azul.
Claro que, alguma hora o pânico vai dar uma acalmadinha. Hoje, no caso, quando consegui alcançar a calma foi o momento em que iniciei a produção desse texto. Comecei então a pensar que nunca, em qualquer relação que participei, pedi para alguém mudar qualquer pequeno detalhe que fosse de sua própria pessoa/personalidade. Sempre mostrei interesse em participar dos interesses daqueles ao meu redor (apesar de que, aparentemente nunca fazendo as perguntas certas). Parece um pouco injusto impor uma cobrança comigo mesma para fazer diferente em relações futuras.
Talvez fosse ingênuo da minha parte pensar que o amor poderia conquistar qualquer coisa e gostaria muito de poder continuar acreditando nisso. Lendo e relendo essa frase vejo que esse "talvez" do começo deveria ser substituído por uma certeza, porém, por questões filosóficas, vou manter a dúvida. A verdade é que meu coração cansou de ser partido repetidamente, mas por algum motivo misterioso e (possivelmente) inusitado, o universo continuando mandando forças e motivação para que eu continue.
Alguns anos atrás, tinha como hobby observar o mundo sem efetivamente participar dele apenas para teorizar sobre o significado de cada vida que passava diante de meus olhos. Depois de muito tempo de observação (17 anos, para ser mais exata) decidi que era hora de participar um tantinho desse mundo e as teorias acabaram ficando em um estado de limbo. Não esquecidas, não sendo lembradas, apenas esperando por um destino final. Algumas mais simples até foram testadas ao longo do tempo. Contudo, gostaria de destacar aqui uma teoria específica: a de que cada pessoa tem um motivo para estar nesse mundo ou talvez até um conjunto de motivos. E constantemente ficava me perguntando sobre esses motivos e quais seriam.
Coincidentemente (o universo é muito engraçado nas coincidências que planeja), ontem cheguei em casa com uma frase de Gandhi na cabeça: "Whatever you do in life will be insignificant, but it is very important that you do it". Traduzindo livremente aqui, ela lê: "O que quer que você faça na vida será insignificante, mas é muito importante que você faça". Na hora em que ela estava na minha cabeça, não consegui lembrar de onde era, de quem era e não fazia a menor ideia de porque foi parar em meus pensamentos (esse último quesito não sei responder até agora, mas a gente releva ele). Então, obviamente, fui até o mestre Google.
Acabei descobrindo que era de Gandhi e que conheci ela através de um filme onde o personagem principal a utiliza. Inclusive, há um monólogo onde é falado sobre o significado da vida para Gandhi o qual adoraria reproduzir inteiro aqui ou mesmo escrever na testa para que todos pudessem ver, mas por ora vou ater à parte que me chamou um tantinho mais de atenção. Esta sendo a frase: "He understood that enjoying life should be of much greater concern than understanding it". Novamente em uma tradução livre, temos então: "Ele entendia que aproveitar a vida deveria ser de muito mais preocupação que entende-la".
A aleatoriedade com que esse monólogo apareceu em um momento que eu não necessitava dele ao mesmo tempo em que logo antes do momento em que mais precisaria talvez não tenha sido uma aleatoriedade afinal. Apesar de que nunca irei parar de questionar a vida, o universo e tudo o mais, gosto de acreditar que o universo sabe o que está fazendo (mesmo que ele esteja vendo isso agora e rindo da minha cara). E enquanto os males vão sendo superados, a gente pode agradecer as coisas boas que ainda permanecem.Até porque tenho zero coisas a reclamar sobre esse senso de humor maravilhoso com o qual fui presenteada.
Hoje foi um dia em que a loucura falou mais alto por boa parte do dia. A paranoia é algo interessante, pois não importa o quanto você lide com ela, em algum momento de distração ela vai lá e PA tarde demais, já tomou conta. "vai lá e PA" não é exatamente a melhor explicação do mundo, uma outra maneira de se colocar seria explicando como funciona a ansiedade. Até parece algo simples de fazer porque depois de um tempo todo o processo desde o ponto onde a ansiedade em questão começou a se manifestar até o ataque de pânico genuíno se torna muito bem conhecido. Mas a mera tentativa de explicar o que acontece já gera uma nova crise. Então, um pedido de perdão pela escrita aqui, mas manterei o uso de "vai lá e PA".
Uma pergunta para continuar o raciocínio: "mas por que logo hoje foi uma loucura, hein, Diana?". Bom, ao longo da vida passamos por inúmeras mágoas e cometemos alguns (ou muitos) erros. E é esperado que se aprenda com os erros, a superação ocorre justamente quando você para e percebe "ah, beleza, foi isso aqui, próxima vez já sei". Mas então chega essa tal de próxima vez e a situação se repete e o cérebro vai lá e PA. Considero como uma desilusão, de certa forma. No sentido de acreditar plenamente em algo que acabou não sendo verdade. Quando isso acontece, não sei se rio ou se choro. Em todo caso acabo fazendo os dois. Tragicômico esse negócio todo.
Nos últimos anos da minha vida tenho lidado com pessoas que acredito convictamente ter uma relação recíproca. No entanto, cada um desses relacionamentos, seja pura amizade ou romance, se mostra em um fim onde eu recebo a desilusão de que nunca foi recíproco. De que, na verdade, todo o carinho e atenção que eu pensava estar partilhando nunca foi percebido. Acontece uma vez, a gente supera. Acontece duas, a paranoia manda uns sussurros ocasionais. Acontece uma terceira e a paranoia toma conta. Todas as relações já tidas e sendo vividas atualmente começam a passar por uma análise extremamente minuciosa procurando por evidências de onde a pessoa poderia chegar na mesma conclusão que as outras. Não sei vocês, mas vejo isso como algo nem um pouco saudável.
Tudo ao redor começa a ser sugado nesse buraco negro (gosto de usar diversas metáforas em meus textos, apesar de nunca explicá-las, mas aqui faço questão de dizer que sim, estou usando "buraco negro" como metáfora para "paranoia") e então a gente começa a pensar "o que estou fazendo errado? onde posso mudar? como vou fazer isso? será que peço desculpas por tal coisa? será que preciso fazer isso? será que deveria fazer aquilo?". Tantas questões borbulhando e tantas relações sendo analisadas acabam levando à famosa tela azul.
Claro que, alguma hora o pânico vai dar uma acalmadinha. Hoje, no caso, quando consegui alcançar a calma foi o momento em que iniciei a produção desse texto. Comecei então a pensar que nunca, em qualquer relação que participei, pedi para alguém mudar qualquer pequeno detalhe que fosse de sua própria pessoa/personalidade. Sempre mostrei interesse em participar dos interesses daqueles ao meu redor (apesar de que, aparentemente nunca fazendo as perguntas certas). Parece um pouco injusto impor uma cobrança comigo mesma para fazer diferente em relações futuras.
Talvez fosse ingênuo da minha parte pensar que o amor poderia conquistar qualquer coisa e gostaria muito de poder continuar acreditando nisso. Lendo e relendo essa frase vejo que esse "talvez" do começo deveria ser substituído por uma certeza, porém, por questões filosóficas, vou manter a dúvida. A verdade é que meu coração cansou de ser partido repetidamente, mas por algum motivo misterioso e (possivelmente) inusitado, o universo continuando mandando forças e motivação para que eu continue.
Alguns anos atrás, tinha como hobby observar o mundo sem efetivamente participar dele apenas para teorizar sobre o significado de cada vida que passava diante de meus olhos. Depois de muito tempo de observação (17 anos, para ser mais exata) decidi que era hora de participar um tantinho desse mundo e as teorias acabaram ficando em um estado de limbo. Não esquecidas, não sendo lembradas, apenas esperando por um destino final. Algumas mais simples até foram testadas ao longo do tempo. Contudo, gostaria de destacar aqui uma teoria específica: a de que cada pessoa tem um motivo para estar nesse mundo ou talvez até um conjunto de motivos. E constantemente ficava me perguntando sobre esses motivos e quais seriam.
Coincidentemente (o universo é muito engraçado nas coincidências que planeja), ontem cheguei em casa com uma frase de Gandhi na cabeça: "Whatever you do in life will be insignificant, but it is very important that you do it". Traduzindo livremente aqui, ela lê: "O que quer que você faça na vida será insignificante, mas é muito importante que você faça". Na hora em que ela estava na minha cabeça, não consegui lembrar de onde era, de quem era e não fazia a menor ideia de porque foi parar em meus pensamentos (esse último quesito não sei responder até agora, mas a gente releva ele). Então, obviamente, fui até o mestre Google.
Acabei descobrindo que era de Gandhi e que conheci ela através de um filme onde o personagem principal a utiliza. Inclusive, há um monólogo onde é falado sobre o significado da vida para Gandhi o qual adoraria reproduzir inteiro aqui ou mesmo escrever na testa para que todos pudessem ver, mas por ora vou ater à parte que me chamou um tantinho mais de atenção. Esta sendo a frase: "He understood that enjoying life should be of much greater concern than understanding it". Novamente em uma tradução livre, temos então: "Ele entendia que aproveitar a vida deveria ser de muito mais preocupação que entende-la".
A aleatoriedade com que esse monólogo apareceu em um momento que eu não necessitava dele ao mesmo tempo em que logo antes do momento em que mais precisaria talvez não tenha sido uma aleatoriedade afinal. Apesar de que nunca irei parar de questionar a vida, o universo e tudo o mais, gosto de acreditar que o universo sabe o que está fazendo (mesmo que ele esteja vendo isso agora e rindo da minha cara). E enquanto os males vão sendo superados, a gente pode agradecer as coisas boas que ainda permanecem.
Ser amoroso(a) é gratificante. Embora haja momentos em que, sendo amoroso, nos sentimos ridículos ou ingênuos porque fomos enganados ou desiludidos, tomando distância e observando de longe, sempre ser amoroso é bom pra si mesmo e pros outros. Quem erra não é o amoroso, mas quem inaugura o desamor, seja por excesso de amor por si mesmo ou por falta de amor pelos outros.
ResponderExcluirGostei do que tu escreveu. Sabe, me identifiquei com essa ideia de que tu não participava do mundo, apenas teorizava sobre ele. Dos meus sete até os doze anos, eu fiquei sem o dente da frente por causa de um defeito na minha dentição. Essa foi a idade que eu não participei do mundo. Apenas teorizava sobre como interagir com as pessoas sem ser humilhado por ser banguela. Todas as teorias falharam: eu falava, e vinha as piadas, inocentes ou maliciosas, que me destruíam. Quando, depois de muitas cirurgias, pude ter um sorriso completo, não parei de interagir. Eu tinha uma ânsia por relações, por falar, por exercer o que há de mais diferenciador, em nós, animais sociais, o ato de falar. Entretanto, como na época eu não tinha tido uma educação libertadora, eu simplesmente saí da posição de oprimido e fui pra opressor. Os bullyings que eu realizava no colégio eram traumatizantes pra quem sofria. Eu me tornei um sádico de certa forma, com colegas e professores. Sentia prazer em vê-los embaraçados, constrangidos. Precisei de uns 5 anos pra saciar toda minha ânsia por falar, interagir, participar do mundo... Quando eu tinha uns 16 voltei a teorizar, e embora compartilhe contigo a ideia de estar sempre aprendendo, acredito que uma das coisas que eu verdadeiramente sei é que ser amoroso nas relações é libertador, é agradável, é construtivo, é mil coisas boas pra si e pro outro.
Sim, a vida é pra ser aproveitada, filha...entendê-la? Apenas o necessário para desfrutá-la!
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