I will be right there for you ♪

 Eu estava deitado no chão, olhos fechados, apenas sentindo o forte vento em meus cabelos, e o barulho do rio correndo, o resto era tudo silêncio. Eu sempre gostei de ficar sozinha, mas nada me relaxava tanto e me fazia esquecer problemas como isso. E ninguém nunca vinha nesse lugar, simplesmente perfeito.

 "There's only one way
   To say
  Those three words
 And that's what I'll do"

 Estava escutando esse som, era tão lindo, só então percebi que vinha do meu lado, me sentei e o vento frio cortou meu rosto, mas nem liguei para isso, só observei aquele garoto, não muito longe de onde eu sentava, não sei se ele me percebera, mas eu não consegui falar, continuei escutando aquela linda música que ele tocava. Percebi que ele acabara a música e tinha um caderno na mão, parecia estar pensando em palavras para descrever o que sentia, não queria incomodá-lo, mas precisa saber quem era:
 - Qual o nome dessa música? - Ele levou um susto que chegou a largar a caneta que segurava, e eu ri.
 - É uma do Plain White T's, chamada 1,2,3,4. - Ele deu um sorrisinho sem graça, envergonhado.
 - Adorei, muito linda. - Levantei e caminhei até ele, sentando ao seu lado.
 - Eu adoro essa banda, sei que pode parecer idiota.. Os caras só tem músicas romanticas e melosas. - Sorriu.
 - Nada a ver, acho bonitinho garotos romanticos e melosos. 
 - Ahn... Qual seu nome? 
 - Ah, é mesmo né - Rimos -, me chamo Alice. E você?
 - Henrique. 
 - Sempre gostei desse nome, mas você tem mais cara de Matheus. - Ele riu. 
 - Sempre gostei de Alice, mas você tem cara de Amanda. 
 - Haha. Então, o que você escreve nesse caderno? 
 - Garotas, na maioria das vezes. 
 - Alguma em especial? 
 - Na verdade não, passam tantas pessoas na minha vida, mas a maioria acaba indo embora. - Eu não sabia o que responder, acho que ele entendeu meu silêncio. Mas também não falou nada. Resolvi tentar:
 - Sabe, eu nunca deixei as pessoas, na verdade, elas que acabam me deixando. - Pude sentir meu rosto corar, e ele riu. 
 - Bom saber que alguém se importa. - Sorriu novamente e eu apenas o encarei e sorri de volta. Não sabia mais o que esperar desse dia. Deitei no chão, como estava antes de perceber a presença de Henrique alí e fechei os olhos, falando:
 - No que você está pensando agora? 
 - Estou pensando... que tive sorte em te encontrar aqui hoje. E você? 
 - Estou pensando que você vai ser a lembrança que vou usar nos piores momentos para me fazer sorrir. 
 - Estou pensando... - Ele não falou, então abri os olhos e vi ele deitado também, virei para o lado, ficando de frente para ele.
 - Estou pensando que não deveria me apaixonar tão rápido. - Agora eu podia sentir meu corpo queimando e com toda certeza eu estava vermelha. Mas ele não pareceu se incomodar, deu um sorriso e chegou mais perto dando um selinho. Não conseguia pensar em nada, apenas continuei de olhos fechados, e o beijei com tanta vontade que não consegui deixar de corar, mais uma vez.
 E assim foi nosso dia com uma amizade em frente aquele rio, com aquele vento frio, uma linda música e um violão.

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