I don't know why, but it happens.

 Naquele momento, nada mais importava, apenas nossos, possivelmente, últimos momentos. Tudo que eu desejava, era demonstrar o quanto eu realmente o amava, não sabia, nem tinha ideia de como, mas eu desejava isso mais que tudo naquele momento. 
- Você tem ideia de quanto eu te amo? - Falava sorrindo, apesar de nossa situação.
 - E você? - Ele riu também. - Por mais estranho que isso pareça, estou feliz de o navio ter afundado.
 - Eu também. Sem isso, eu nunca teria percebido que esse amor era tão grande. 
 - Somos dois. Sabe, nada melhor do que morrer por um amor. 
 - Espero que assim seja. Não podemos morrer juntos? 
 - Você não seria capaz, eu estou fazendo isso justamente para você ficar na barca e conseguir alguma ajuda.
 - Mas de que adianta? Não irá ser uma vida sem você.
 Ficamos nos encarando em silêncio. Depois de alguns minutos, apareceu um homem, desconhecido, que também estava na barca. 
 - Você. - Falou ele e apontou para Riley. - Suba nessa barca. - E jogou-se no mar. 
 - O que você esta fazendo? Enlouqueceu? - Disse Riley quase gritando.
 - Não importo-me em ficar aqui, caso não chegue ajuda antes. Nada de importante existe em minha vida mesmo. Então, você - o homem apontou para Riley de novo - suba aí, e sejam felizes em suas vidas. 
 Riley tentava discutir com o homem, mas nada, absolutamente nada o faria mudar de ideia. Então subiu na barca e por algum tempo ficamos conversando. 
 Até quando o desconhecido começou a reclamar do frio. Eu deixei algumas lágrimas escaparem.
 - Não fique triste. Eu realmente não tenho coisas importantes, a minha lista "coisas para fazer antes de morrer" esta completada. 
 - Bom saber. - Dei um sorriso. - Mas essas são lágrimas de agradecimento. 
 Ele ficou sem palavras, penso que dizer isso foi uma das minhas decisões mais sábias, como se ele fosse morrer mais feliz. Pode ser que nós nunca receberemos ajuda, mas pelo menos, vamos morrer sabendo que fizemos um homem feliz, ao ele tentar nos fazer feliz.

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