A Tempestade.

 Mark estava irritado, seu dia não fora bom, ele se atrasara para o trabalho, não conseguira almoçar e quando ia para casa a pé, começara a chover. Chegou em casa e encontrou Lola, o que não melhorava seu dia porque isso lhe lembrava da briga que tiveram na noite anterior.
 - Desculpe. - murmurou Lola - Por ontem. Não sei porque brigamos, mas isso acontece. Uma hora ou outra. Desculpe.
 - Não importa. - Falou ele de forma quase ininteligível. E a agarrou levando-a para o quarto.
 Algumas horas depois, Lola acordou ao lado dele, levantou-se, sentido-se estranha. Sombria. Foi até a cozinha, pegou a maior faca que havia, subiu, e andou devagar até a cama ao lado dele. Começou a murmurar palavras estranhas, em uma língua desconhecida, depois de alguns minutos, Mark acordou, olhou assustado para ela, mas por algum motivo estranho, não conseguia se mexer. Ela sorriu sombriamente, apertou a faca nas mãos e levantou-a enfiando-a devagar no peito dele, seus gritos de dor eram como melodia aos ouvidos.
 Estava com um calor no corpo, um estranho calor, nunca havia o sentido antes. Mas agora ele estava ali, o que era aquilo? Medo? Ansiedade?  Lola não sabia o que fazer, estava paralizada, deitada no gramado e sem saber como chegara ali, mas estava com imagens horripilantes na cabeça, de estar matando... Não conseguia pensar no resto. Estava até com medo de entrar na casa para ver se realmente acontecera.
 Ajoelhou-se, colocou as mãos no pescoço e começou a murmurar para si mesma "O que fazer? O que fazer? O que fazer?". Após alguns minutos, levantou-se, rápido demais e correu. Correu sem rumo, deixou que seus pés a guiasse, o que acabou levando-a para a casa da mãe. Bateu na porta, desesperada, as lágrimas começaram a cair de seus olhos, quando sua mãe abriu a porta, uma expressão de choque passou por seu rosto, mas Lola não queria saber, passou por ela e correu para o quarto, se trancando nele.
 A cantiga de ninar começou, por uma voz desconhecida, novamente de sua boca "O vovô dormiu, o papai faz psiu, a vovó dormiu, ninguém dá um pio, o papai dormiu, a mamãe faz psiu" E ficava repetindo, seus olhos não piscavam, ela andava de um lado ao outro no quarto ainda trancado, abriu a porta, devagar, apenas escutando o barulho da chave, saiu do quarto e parou encarando a parede, começou a cantar mais alto, virou para a sala, viu sua mãe no sofá, estava adormecida, andou devagar até ela, começou a cantar mais alto, fazendo com que a mãe acordasse.
 Botou uma das mãos no pescoço da mãe, como para acariciá-la, a mãe sorriu e disse: 
 - O que aconteceu? 
 Sua voz era suave, como se não quisesse ver Lola chorar novamente, mas Lola não escutava, cantava enquanto levantava a outra mão no pescoço da mãe, começou a apertar. Sua mãe começou a gritar: 
 - O que você esta fazendo? Lola? Lola? 
 A voz começara a falhar, e começara a chorar. O grito da mãe a fez despertar, levantou-se, perdendo a respiração e logo em seguida, caiu no chão, morta.

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 - Não sei o porque do título. 
 - Ganhei mais dois selos, entrem lá na página para ver. *-*