To the rhythm of love.

  Acordada, levanto, ando preguiçosamente até a porta do banheiro, percebo-a fechada e riu de mim mesma por quase ter batido a cabeça ali. Escovo os dentes, passo água nos olhos. Está uma temperatura agradável. A casa silenciosa. Ainda com o shorts e a blusa do pijama fui até a cozinha, parei e apoiei-me com as mãos na mesa, olhei para a geladeira, a pia, o freezer, o armário de potes, o armário de copos e então voltei meu olhar para a geladeira. Meu destino: leite mais Nescau Cereal. Abri a porta, a luz acendeu, eu olhei diretamente aonde eu pretendia pegar minha refeição, deparei-me com nada. Fechei a porta da geladeira lentamente, observei a luz apagar e girei lentamente para a esquerda, pensando no que havia acontecido com o cereal. Percebi que isso não importava, girei novamente, dessa vez para fica de frente para a geladeira, novamente abri a porta e reparei a luz acendendo, olhei tudo que havia três vezes, então notei um pote escondido na porta, peguei-o: geléia de morango. Claro, olhei em volta e não achei nada que pudesse ser comido com geléia. Ainda com a geladeira aberta, olhei para a geléia e sorri. Peguei-a, deixei a geladeira fechar sozinha enquanto virava-me para o lado para abrir a gaveta do armário onde fica a pia e pegar uma colher de sobremesa. Voltei-me para a mesa, puxei uma cadeira e sentei cruzando as pernas em um jeito estranho, mas confortável. Fui abrir a tampa da geléia e percebi que era a primeira pessoa a pegá-la pois ainda estava lacrada. Fui tentar abrir e ri de mim mesma novamente, não é possível fazer isso sem uma faca. Mas estava tão confortável daquele jeito que pensei melhor: dentes são úteis. E realmente foram. Depois dessa pequena luta com o pote da geléia, senti uma coisa fofa enroscando-se em minhas pernas, olhei para baixo e minha gata estava ali. Sorri e peguei um pouco de geléia com a colher. Pequenos sorrisos, mesmo que seus próprios mudam completamente o dia, ainda mais o sorriso sincero das pequenas coisas.

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